O PSD atravessa neste momento uma grave crise de identidade. Depois de ter estado no poder durante mais de uma década, nunca mais se reencontrou.
Desde que Cavaco Silva largou a liderança do nosso Partido, não mais, nós sociais democratas, encontramos um rumo diferente, um rumo que consubstanciasse uma verdadeira mudança e fosse catalisador da criação de uma nova identidade e revelador do aglutinar das várias sensibilidades. No essencial, um rumo que se demonstrasse alternativo à esquerda que hoje em dia desbravadamente nos consome e evidenciasse a força e a grandeza do nosso partido.
Por isso digo que temos andando à deriva com lutas internas constantes (como se nenhum dos lideres eleitos, o tivesse sido de forma democrática e respeitadora das regras estatutárias pelas quais todos nós militantes nos regemos) que mais não são que o reflexo de interesses individuais de um considerável universo de companheiros nossos que se pretendem ver salvaguardados e devidamente acautelados.
Se há quem milite na estrita e pura convicção que o uso do instrumento político deve servir para contribuir de forma positiva para a causa pública, bem comum, e melhoramento dos mais diversos aspectos das nossas vidas enquanto cidadãos, também há quem dele faça uso para proveito próprio e da teia de interesses à qual se encontram vinculados.
Daí, não ser de estranhar, sempre que alguém assume a liderança do partido, não tarda que surjam, no imediato ou a médio prazo, potenciais candidatos e potenciais candidatos a candidatos.
Acredito que a nossa Presidente, Dra. Manuela Ferreira Leite, à semelhança dos seus antecessores (certamente que os seus opositores fariam o mesmo), dá tudo de si para ultrapassar as dificuldades que a nossa estrutura partidária apresenta aos olhos daqueles, que acto após acto eleitoral, flutuam na sua intenção de voto e são quem nos pode de novo levar à vitória e ao exercício do poder.
Todavia, a estratégia por si utilizada, parece, pelos menos até ao momento, não surtir qualquer efeito impulsionador.
Como militante espero honestamente que consiga passar a mensagem e recolocar o PSD no lugar de destaque e que merece, e nos faça a todos sair urgentemente da crise político-partidária em que nos encontramos. Estou igualmente convicto que caso verifique não ter condições para o fazer, decidirá em consciência pelo que é melhor para o PSD.
No entanto, neste momento, entendo que todos devemos estar unidos, ser altamente ponderados, introspectivos, sensatos e acima de tudo sabermos respeitar-nos mutuamente, quanto mais não seja por pertencemos à família dita “SOCIALDEMOCRATA”, não querendo com isto dizer que não sejamos críticos quando o tivermos de ser, desde que o sejamos com respeito e elevação.
O PSD é uma força bruta, um gigante meramente adormecido, e cabe-nos a todos fazê-lo despertar.
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