sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Aspectos de um passado tão distante quanto recente

O que dizer de um ex-lider socialista que falava de cabala contra o Partido Socialista no processo Casa Pia apenas para escamotear a sua ausência de liderança?

O que dizer de um ex-Presidente da República que dizia existir mais vida para além do défice e que os cortes na despesa pública tinham de ser menos severos para os portugueses e acaba por dissolver um governo no exercício legitimo das suas funções, para que um outro, "seu" governo, pudesse ter uma nova oportunidade com novas promessas, que como se vêem, não passaram disso mesmo de promessas que o vento fez questão de levar consigo?

O que dizer do actual Governador do Banco de Portugal, que após a eleição do actual Primeiro Ministro, de repente acordou de uma bela noite de sonho, tal qual bela adormecida, e reparou que havia défice excessivo, tudo numa tentativa de suporte e de fundamentar o que viria a ser a actuação deste Governo em aumentar a carga fiscal à revelia das suas promessas eleitorais?

O que dizer de um governo, que permite que um dos maiores disparates de investimento público, as SCUT´S, possa protelar-se no tempo sem que se implemente o sistema do utilizador pagador?

O que dizer de um governo que apesar de implementar na Administração Pública Portuguesa o PRACE onde pontificam processos de extinção, fusão e reestruturação dos serviços, acaba por não conseguir aliviar a pesada máquina burocrática do estado acabando por manter ao serviço da causa pública aqueles que primam pela ineficácia, inoperância e improdutividade?

O que seria da nossa classe política se lhes aplicassem o novo regime de avaliação do desempenho para a administração pública, em tudo semelhante ao regime vigente no sector privado, olhando para a mais recente polémica dos deputados faltosos à famosa sessão plenária da Assembleia da República?

O que dizer de um governo que prometeu reduzir a taxa de desemprego e criar entre 150.000 a 200.000 postos de emprego e o que de melhor consegue é manter aproximado aos índices mais recentes, a taxa de desemprego?

O que dizer de um governo que procede a um desenfreado e descontrolado investimento público, sobre o qual todos nós cidadãos temos fundadas razões de reserva quanto aos contornos em que o mesmo é projectado, programado, implementado e financiado?

O que dizer de um governo que resiste estoicamente a não assumir que o país está hoje numa recessão económica à semelhança das principais economias europeias com as quais Portugal está irremediavelmente acoplado?

E porque não…o que dizer de um PSD na oposição que tarda em surgir como verdadeira alternativa a este governo e que face aos olhos dos portugueses, possa afirmar-se como um projecto credível e alternativo de governo para Portugal?

Espero em 2009 poder acrescentar…o que dizer desta maioria Social-Democrata...?

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